Embora dispositivos como o Steam Deck, Razer Edge e o controverso PlayStation Portal sejam impressionantes, eles existem no contexto de décadas de evolução dos jogos. Esta é a sua história.
Quando pensamos nos gigantes dos jogos, a Nintendo sempre esteve à frente, constantemente desafiando os limites e redefinindo nossas noções de diversão. À medida que avançamos para 2023, as mudanças sísmicas na área de jogos portáteis nos convidam a refletir sobre seu passado histórico e o futuro sem limites que temos pela frente.
Na década de 1980, as ondas digitais começaram com o Game & Watch da Nintendo. Esses pequenos maravilhas, embora simplistas, insinuavam uma nova era de jogos, combinando facilmente a cronometragem com o entretenimento. Sussurrava sobre um futuro não tão distante onde os videogames não estariam presos às nossas salas de estar.
Esta promessa foi espetacularmente cumprida com a introdução do Game Boy em 1989. Elegante, portátil e irresistível, esse dispositivo mudou o jogo (trocadilho intencional). O encanto de títulos como Tetris e Super Mario Land garantiu que os jogos portáteis não fossem apenas uma distração nova; eles vieram para ficar.
Enquanto os concorrentes surgiam, o PlayStation Portable (PSP) da Sony se destaca. Chegando com sua tela deslumbrante e capacidades multimídia, desafiou o domínio da Nintendo. Mas a Nintendo não estava disposta a descansar sobre seus louros. Eles reagiram com o DS e o 3DS, apresentando telas duplas, capacidades de toque e uma experiência 3D que desviava dos óculos incômodos.
O Steam Deck da Valve foi um momento divisor de águas nessa narrativa. Não se tratava apenas de jogar títulos independentes ou leves; era um dispositivo robusto o suficiente para rodar jogos pesados de PC como Cyberpunk 2077 e The Witcher 3. Seu design, reminiscente do Switch, mas com um toque distinto de PC, possuía um APU customizado desenvolvido pela AMD para jogos portáteis. O layout de controles integrado, completo com trackpads, significava que até jogos tradicionalmente dependentes de mouse e teclado eram acessíveis.
Além disso, a arquitetura baseada em Linux do Steam Deck permitia aos usuários instalar software de terceiros, navegar na web e até tratar o dispositivo como um mini-PC, destacando que um portátil poderia ser muito mais do que apenas um gadget de jogos.
No entanto, essa era não se tratava apenas de potências. O setor de portáteis viu um aumento em dispositivos especializados voltados para públicos de nicho. O G Cloud da Logitech e o Razer Edge se concentraram no crescente setor de jogos na nuvem. Esses dispositivos foram pioneiros em um mundo onde a internet de alta velocidade e a infraestrutura robusta de nuvem começaram a questionar a necessidade de poder de processamento local. Eles sussurravam sobre um futuro onde o hardware poderia ser mínimo, com a verdadeira mágica acontecendo em algum servidor distante, transmitida diretamente para nossas telas, não importa onde estivéssemos.
E então houve as homenagens à rica história dos jogos e a celebração da engenhosidade indie. Analogue Pocket e Panic Playdate não eram apenas dispositivos; eram experiências. O Analogue Pocket era um camaleão, adaptando-se para jogar cartuchos de uma ampla gama de portáteis clássicos, levando os jogadores a uma jornada nostálgica pela era dourada dos jogos. Por outro lado, o Panic Playdate, com sua manivela peculiar, prometia uma temporada de títulos indie intrigantes, reforçando a ideia de que inovação no jogo não exige necessariamente gráficos de ponta ou orçamentos enormes.
Por um tempo, a VR parecia ser uma entidade própria, uma maravilha independente exigindo seu próprio espaço e ecossistema. Mas à medida que a tecnologia avançava, as linhas começaram a se confundir. Surge o Pimax Portal. Mais do que um simples headset de VR, o Pimax Portal significava o casamento harmonioso entre jogos portáteis e VR. Sua promessa era não apenas imergir os jogadores em mundos detalhados, mas também permitir que eles levassem essas experiências em movimento. Seu design, reminiscente do Switch, chamava para um futuro onde seu passeio de metrô poderia ser o palco para um confronto de VR.
Essa mistura foi um passo evolutivo. Anteriormente, vimos tentativas primitivas disso com o Samsung Gear VR e o Daydream do Google, onde os telefones se transformavam em unidades de exibição de VR. Embora inovadores, eles careciam da sofisticação e do poder dos dispositivos dedicados de VR. Mas com dispositivos como o Portal, a tecnologia havia amadurecido. Não se tratava apenas de colocar um telefone em um headset; tratava-se de criar uma experiência contínua adaptada para mobilidade.
Vamos também considerar a trajetória da Valve. A entrada deles em VR foi ousada e definidora com o Valve Index. Agora, rumores sobre o headset VR “Deckard” indicam que a Valve está considerando como portáteis como o Steam Deck poderiam se integrar com a VR. As perspectivas são tentadoras: imagine um mundo onde seu console portátil não apenas joga jogos de alto nível, mas também se torna o cérebro para suas aventuras em VR.
No entanto, não são apenas os gigantes dos jogos que estão abrindo caminho. Os avanços da Qualcomm com os óculos AR, projetados para trabalhar harmoniosamente com telefones, sugerem um futuro onde nossos dispositivos portáteis poderiam ser o epicentro do nosso universo de jogos, conectando-se a vários periféricos, incluindo equipamentos VR e AR, para expandir suas capacidades de maneira significativa.
A Nintendo, com sua ilustre história, deve lançar sua próxima novidade. Enquanto isso, as ondas criadas pelo sucesso do Steam Deck prometem remodelar os contornos tanto dos jogos de PC quanto dos consoles.
Nesta narrativa em constante evolução, uma verdade emergiu cristalina: o futuro dos jogos, uma vez pensado como sendo em configurações expansivas e equipamentos colossais, está agora convergindo para a palma de nossas mãos. À medida que estamos neste ponto de inflexão, não podemos deixar de nos encantar com as possibilidades. Para cada jogador, casual ou hardcore, o futuro promete ser uma jornada emocionante, com todo o universo dos jogos literalmente ao alcance das mãos.